História dos caminhões Volvo I (1924-1929)

A Volvo foi fundada em 1924 pelo engenheiro Assar Gabrielsson e pelo economista Gustaff Larson. Os dois se encontraram em Estocolmo para criar uma fábrica de automóveis, com o apoio financeiro da fabricante de rolamentos SKF. A marca finalmente estabeleceu sua sede em Gotemburgo, como subsidiária da SKF.

O nome escolhido para a nova marca foi VOLVO, que em latim significa "eu rolo", aproveitando uma marca que a SKF havia registrado para uma nova gama de seus produtos que não foi utilizada. O logotipo vem do símbolo usado pela alquimia para o ferro.

Durante o ano de 1925 foi concebido o primeiro carro da empresa, que chegou ao mercado sueco em 1927, o Volvo 1 série ou ÖV4. Este primeiro modelo marcou os alicerces da marca, que optou por veículos resistentes e de construção robusta.

Reza a história que nos primeiros anos da marca, um ÖV4 sofreu um acidente com um veículo importado, causando a este modelo estrangeiro danos significativos e quase nenhum arranhão para o carro sueco.

Com a chegada do Série 1, a marca também iniciou o processo de produção de caminhões, com grande demanda na época na Suécia. A Volvo aproveita o chassi e o motor de seu primeiro veículo para lançar seu primeiro caminhão, o Volvo Caminhões Série 1, que chegou ao mercado em 1928.

Apesar de, como se pode constatar, a marca não se ter caracterizado por uma grande criatividade na nomenclatura dos seus modelos, incorporou novas tecnologias e inovou no conforto de condução. Introduziu cardãs e pneus, quando, naquela época, a maioria dos caminhões usava correntes e rodas sólidas. Também oferecia a possibilidade de cobrir o banco do motorista com cabine, como opção, ao contrário dos demais concorrentes que tinham bancos de madeira ao ar livre. A cabine foi feita por um fabricante independente, Atvidaberg. Essa inovação, que parece natural devido ao clima frio do país de origem da marca, foi o que diferenciou a Volvo dos demais concorrentes, que importavam seus caminhões para a Suécia. Incluía também um aquecimento primitivo, embora inovador para a época, que aproveitava o calor do motor para aquecer o ar que entrava na cabine pela placa que separava o motorista do motor.

Tinha um motor de 4 cilindros com uma potência de 28 CV e utilizava gasolina como combustível. Permitia atingir velocidades máximas de 50 km/h, embora dependesse muito da carga que transportava e das características do terreno.

O Série 1 apresentava ainda uma inovadora caixa de três velocidades, de desenho próprio, com mudanças mais curtas do que as dos automóveis da marca. Tinha uma carga útil de 1,5 toneladas. Embora muitos dos seus utilizadores, numa altura em que a segurança era pouco relevante e a legislação inexistente ou muito tolerante, afirmassem que era capaz de transportar até 3 toneladas.

O caminhão da série 1 foi um sucesso total, dado seu design projetado para as baixas temperaturas suecas, sendo mais vendido que o carro da série 1. Nos primeiros seis meses, 500 unidades foram vendidas, superando todas as as expectativas da marca, que esperava esse número de vendas após dois anos de seu lançamento. Esse sucesso obrigou a marca a produzir mais 500 unidades, sem incorporar grandes inovações, superadas pela grande demanda e interesse que seu primeiro caminhão havia alcançado. Manteve o mesmo motor e sua potência, mas reduziu o número de eixos. Além disso, eliminou a marcha mais lenta, reduzindo significativamente a velocidade máxima, mas obtendo melhorias significativas no manuseio do caminhão.

A já bem-sucedida marca não se ficou por aqui, trabalhando em inovações que respondessem a alguns problemas do desenho original, como a largura do eixo, então igual à dos automóveis. O nascimento do Volvo Série 2 estava sendo preparado.

Continue aprendendo sobre a história da Volvo no seguinte artigo: História dos caminhões Volvo II (1929-1933)