Neste segundo artigo, no anterior e nos próximos, fazemos uma revisão da história desta grande marca espanhola, que se dedica ao fabrico de camiões, agora com 75 anos.
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Enquanto em Madrid estavam a criar o Z-207 Barajas, de que já falámos na primeira parte, foi confiada à fábrica de Barcelona a tarefa de fazer alterações ao Pegaso II. A equipe do Barcelona claramente se superou ao criar secretamente um caminhão completamente renovado que incorporou muitas melhorias, criando o Z-206.
Eles melhoraram a cabine do Z-206 e incorporaram direção hidráulica, freio motor e fizeram um novo chassi com uma carga útil de 8 toneladas. Além disso, deram mais potência ao motor Z-202 para este modelo.
Este redesenho total, e efectuado sem o aval da direcção da marca em Madrid, garantiu que a equipa técnica de Barcelona não cessou e consolidou-a como uma grande mais-valia da marca.
Do Pegaso Z-206 vieram vários modelos de ônibus (Z-408, Z-409, Z-410, Z-411, Z-412) e o trator Z-703.
O Z-207 era muito avançado tecnologicamente, mas tinha um problema, era caro. Os modelos Barreiros da época custavam metade, o que obrigava a marca a tomar decisões a respeito.
Para resolver esta desvantagem competitiva, a Pegaso apresentou o Pegaso Comet em 1964, substituindo o motor original por um Leyland que foi construído pela Pegaso sob licença e baixando o preço deste modelo.
Embora tivesse problemas iniciais de resfriamento, que foram rapidamente resolvidos, o Comet teve muito sucesso.
Sua apresentação foi espetacular. No dia do seu lançamento, 180 Pegaso Comet saíram da fábrica de Madrid em Barajas em conjunto para as diferentes concessionárias do país.
As inovações do Comet tornaram-no um modelo muito popular e ainda hoje lembrado. Ele destacou suas grandes capacidades, sua confiabilidade e suas melhorias na segurança. Foi um dos primeiros caminhões a incorporar o freio elétrico, que, graças a um eletroímã, freou a transmissão graças à força eletromagnética. Isso facilitou muito a vida dos caminhoneiros da época que, com os freios anteriores, sofriam ao descer passagens carregadas de montanha.
Até 1963 a Pegaso havia projetado protótipos de veículos militares, mas eles não podiam vender caminhões ao Exército espanhol devido às restrições do Plano Marshall.
Esse plano de ajuda americano, concebido para a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial, proporcionou ao país uma grande ajuda econômica, mas com condições. A principal delas é que esses auxílios não podiam ser usados para comprar produtos que não fossem fabricados nos Estados Unidos.
Essas restrições levaram o Exército a uma situação extrema, com uma frota obsoleta, com mais de 300 modelos diferentes, oriundos dos resquícios da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, para os quais era praticamente impossível obter peças de reposição e, portanto, muitos estavam fora de serviço, fornecendo peças para os ativos.
Em 1963, o Exército mudou isso, fazendo um estudo dos modelos de que precisava e abrindo licitações para atender a essas necessidades. A Pegaso venceu então o concurso para a venda de um modelo de camião 4x4 com motor e transmissão DAF, posteriormente substituído pelo motor Comet, na sua versão diesel e transmissões próprias da marca.
A partir de 1964 a Pegaso passou a produzir modelos de 3 e 4 eixos, equipados com potentes motores de 200 HP e posteriormente com motores turboalimentadores, chegando a 260 HP de potência.
Esses motores também foram equipados com diversos tratores, como o popular 2011, que atingiu um peso máximo autorizado de 38 toneladas.
Até 1966, a empresa Valladolid Sociedad Anónima de Vehicles Automobiles (SAVA) era concorrente da Pegaso, produzindo alguns modelos de caminhões pesados.
A Enasa acabou com esse concorrente absorvendo a Sava e eliminando suas linhas de produção de caminhões pesados, deixando apenas alguns modelos de furgões da Sava, que um ano depois passaram a levar a marca Pegaso. Esta compra foi um primeiro passo para a criação, no início dos anos 90, do conhecido Daily, do qual falaremos mais tarde.
Ainda em 1966 foi lançado o Super Comet ou Pegaso 1065, que aproveitou um novo regulamento que estabelecia o peso por eixo. Este modelo usava a cabine do Comet, um tanto modificada, daí seu nome. Atingiu Peso Máximo Admitido de 18 toneladas.
Variantes posteriores do 1065 foram produzidas com 19 e 20 toneladas de PMA. Eles eram conhecidos como Europa e foram produzidos até 1977.
Em 1972, a Pegaso lançou uma nova linha para cumprir os regulamentos europeus sobre pesos por eixo com uma cabine mais quadrada do que o Comet e o Super Comet. Assim nasceram os modelos 1080, com dois eixos, 1083, com três eixos, 1086, com quatro eixos e o trator de 2 eixos, o 2080.
Com esses modelos, também é apresentado o novo motor de 12 litros, agregando motores de 230, 250, 310 e 352 cv aos atuais 170, 200 e 260 cv que continuaram a ser produzidos.
Fontes: Autofacil.es e Diariodetransporte.com
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